No dia 23 de abril, a abertura oficial do Projeto Escola da Terra – Alfabetização e Letramento nas Escolas do Campo, das Águas e das Florestas marcou o início de uma nova fase para professores e estudantes da região.
O evento, realizado no Auditório da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), em Senhor do Bonfim, deu largada às atividades presenciais do projeto.
A presença do Consórcio Piemonte Norte do Itapicuru, representado pelo Secretário Executivo Toinho Cerqueira, reafirmou o compromisso das instituições locais com uma educação pública mais consistente para comunidades rurais.
Formação que transforma
O Projeto Escola da Terra foi desenhado para atender 120 professores das redes municipais de nove cidades do território.
Ao longo de 180 horas de formação continuada, os educadores serão preparados para enfrentar um dos maiores desafios da educação rural: garantir alfabetização de qualidade em turmas multisseriadas e em realidades complexas.
A juventude camponesa, muitas vezes esquecida por políticas públicas, será diretamente impactada pela proposta, que une letramento e leitura crítica em uma prática pedagógica transformadora.
Realidade e esperança de mãos dadas
Os dados do IDEB de 2023 revelam um cenário desigual entre escolas da sede e do campo.
A alfabetização com raízes fortes, proposta pela Escola da Terra, surge como resposta à necessidade urgente de superar o isolamento físico e pedagógico dessas unidades escolares.
O projeto, ancorado na metodologia da alternância entre tempo universidade e tempo comunidade, valoriza as especificidades locais, respeitando saberes, culturas e a vivência dos estudantes do campo.
Educação que respeita o território
Com investimento de R$ 283 mil, o programa aposta na valorização dos professores como agentes de transformação.
A partir da formação prática, baseada nas pedagogias de Paulo Freire e da psicologia histórico-cultural, o objetivo é formar leitores que sejam também protagonistas de suas histórias.
A alfabetização com raízes fortes não é apenas uma meta educacional: é um ato de resistência e valorização das comunidades camponesas que lutam para manter suas crianças aprendendo sem abandonar suas raízes.