Em trinta anos, o São João de Senhor do Bonfim deixou de ser apenas uma tradição popular para se tornar um vetor estratégico de desenvolvimento econômico e social no Piemonte Norte do Itapicuru. A cidade baiana, que nos anos 1990 promovia festas locais com quadrilhas improvisadas e barracas comunitárias, hoje se firma como referência junina no interior da Bahia.
Evolução e impactos econômicos
Na década de 1990, o festejo era essencialmente comunitário. A economia girava em torno do comércio informal e da mobilização entre vizinhos. A partir dos anos 2000, com maior organização e parcerias culturais, a festa começou a atrair visitantes de outras cidades. Setores como alimentação, transporte e artesanato ganharam novo fôlego.
Infraestrutura e profissionalização
Na década seguinte, houve um salto estrutural. Palcos fixos, som e iluminação profissionais, além de segurança e logística voltadas a grandes públicos, consolidaram o evento como produto turístico. Isso impulsionou a hotelaria, os serviços especializados e a visibilidade da cidade.
A profissionalização do São João levou a Senhor do Bonfim a integrar o circuito oficial de festas do interior baiano. Com artistas de renome nacional, campanhas de divulgação e ocupação total dos espaços públicos, a festa virou referência em economia criativa.
Dados que confirmam o sucesso
Em 2024, os números comprovam o impacto: mais de R$ 2 bilhões movimentados na Bahia durante o ciclo junino, mil empregos gerados em Bonfim e ocupação hoteleira de 100%. O público vem de todo o Nordeste.
Planejamento urbano e sustentabilidade
O planejamento urbano da cidade passou a considerar o evento como prioridade. Investimentos em energia, mobilidade, segurança e capacitação de mão de obra acompanham o crescimento da festa. Iniciativas como feiras solidárias, circuitos gastronômicos e redes de artesanato fortalecem a economia local.
Cultura como motor produtivo
A cultura que brotou das praças, hoje movimenta cadeias produtivas inteiras. O São João de Senhor do Bonfim mostra como tradição e planejamento são capazes de gerar desenvolvimento sustentável com identidade regional.
Fontes: Secretaria de Turismo da Bahia, dados de 2024 sobre movimentação econômica do São João (mais de R$ 2 bilhões em receita e 1,7 milhão de visitantes no estado). Pesquisa do Serasa, sobre impacto no comércio durante os festejos juninos de 2024, com aumento médio de 61% em setores como alimentação, entretenimento e artesanato.