Um dado alarmante sacudiu a educação brasileira nesta sexta-feira (11).
O Ministério da Educação (MEC) divulgou que apenas 59,2% das crianças brasileiras concluíram o 2º ano do ensino fundamental com o domínio mínimo da leitura e escrita.
Entre todos os estados, a Bahia apresentou o pior desempenho do país, com apenas 36% das crianças até 7 anos alfabetizadas, conforme os critérios estabelecidos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Muito além de um número
O dado vai além da estatística. Significa que mais de 6 a cada 10 crianças baianas chegam ao fim da etapa de alfabetização sem conseguir compreender uma tirinha, interpretar um bilhete simples ou escrever um convite com coerência — habilidades consideradas básicas para a idade.
O levantamento, parte do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, envolveu 2 milhões de alunos em 42 mil escolas públicas de 5.450 municípios e foi realizado entre outubro e novembro de 2023.
A meta nacional era atingir pelo menos 60% das crianças alfabetizadas até 2024. O Brasil, como um todo, não conseguiu atingir esse objetivo.
Comparações e destaques
Enquanto o Ceará lidera o ranking com 85,3% das crianças alfabetizadas, estados como Amazonas (49,2%), Alagoas (48,6%), Pará (48,2%) e Sergipe (38,4%) também apresentaram índices preocupantes.
O Rio Grande do Sul, afetado por fortes chuvas em 2024, teve uma queda expressiva: de 63,4% para 44,7%. Ainda assim, a Bahia ficou atrás, mesmo sem registrar desastres naturais no mesmo período.
Consequências profundas
Especialistas alertam que a falta de alfabetização na idade certa é o início de um ciclo de exclusão social.
Uma criança que não aprende a ler e escrever adequadamente enfrenta mais dificuldades escolares, tem menos acesso ao conhecimento e sofre impactos que podem perdurar por toda a vida adulta.
Hora de encarar o problema
Apesar do resultado negativo, 58% dos municípios brasileiros conseguiram melhorar seus índices de alfabetização entre 2023 e 2024.
O dado reforça que é possível mudar esse cenário, desde que haja compromisso das gestões estaduais e municipais.
A Bahia precisa agir com urgência. Fortalecer a formação docente, garantir infraestrutura adequada nas escolas e ampliar o acompanhamento pedagógico são caminhos possíveis — e inadiáveis.