Campo Formoso: a tradição dos apelidos na política
Campo Formoso: a tradição dos apelidos na política
Por Redação
Desde os primeiros anos da República, a política em Campo Formoso, no norte da Bahia, tem se entrelaçado com uma tradição curiosa de apelidos. No final do século XIX, a cidade era palco de uma disputa entre dois grupos políticos liderados por José Gonçalves, residente na Fazenda Piabas, e o Coronel Antônio Pereira Guimarães Filho, que vivia no centro urbano.
O historiador José Carlos Martins explica que os apoiadores de Dr. José passaram a ser conhecidos como os “Piabas”, em referência à sua residência, enquanto os seguidores do Coronel Antônio foram apelidados de “papa-mel”, devido ao gosto do sertanejo por mel com farinha de mandioca.
Após o falecimento desses líderes, a prática dos apelidos políticos foi interrompida, até que uma nova brincadeira surgiu nas eleições de 1974. Os candidatos Rômulo Galvão de Carvalho e Luís Alberto Prisco Viana se destacaram na corrida pela Prefeitura, com a aparência dos dois gerando uma nova divisão: “boca preta” e “boca branca”.
“A denominação surgiu de forma espontânea quando um garimpeiro observou o bigode branco de Rômulo e o bigode preto de Luís. Ele então os apelidou de ‘boca preta’ e ‘boca branca’, em tom de brincadeira”, conta o historiador Martins.
Essa divisão rapidamente tomou conta da cidade, criando uma rivalidade política em torno dos apelidos.
Com o tempo, os “boca preta” e “boca branca” se tornaram as facções principais em Campo Formoso.
A importância dos apelidos é tão grande que, em eventos políticos, os apoiadores são rigorosamente instruídos a adotar o visual correspondente ao seu grupo. Antes de um comício de Prisco Viana, por exemplo, os homens foram avisados para aparecerem com bigodes pintados de preto, enquanto os apoiadores de Rômulo, com bigodes brancos, eram incentivados a manter seu estilo natural.
Atualmente, a disputa política segue fiel à tradição dos apelidos. O grupo “boca branca”, liderado por Elmo Nascimento, irmão do deputado federal Elmar Nascimento, está em busca de reeleição pelo partido União Brasil.
Seu principal adversário é Denise Menezes, esposa do deputado estadual Adolfo Menezes e representante do grupo “boca preta”.
E, segundo o historiador José Carlos Martins, parece que essa tradição de apelidos continuará a moldar a política local por muitos anos.
“Para muitos, a política em Campo Formoso não é uma questão de esquerda ou direita, mas de ser ‘boca preta’ ou ‘boca branca’”, projeta Martins.
Fonte adaptada de Fernanda Santana, Correio da Bahia
Desde os primeiros anos da República, a política em Campo Formoso, no norte da Bahia, tem se entrelaçado com uma tradição curiosa de apelidos. No final do século XIX, a cidade era palco de uma disputa entre dois grupos políticos liderados por José Gonçalves, residente na Fazenda Piabas, e o Coronel Antônio Pereira Guimarães Filho, que vivia no centro urbano.
O historiador José Carlos Martins explica que os apoiadores de Dr. José passaram a ser conhecidos como os “Piabas”, em referência à sua residência, enquanto os seguidores do Coronel Antônio foram apelidados de “papa-mel”, devido ao gosto do sertanejo por mel com farinha de mandioca.
Após o falecimento desses líderes, a prática dos apelidos políticos foi interrompida, até que uma nova brincadeira surgiu nas eleições de 1974. Os candidatos Rômulo Galvão de Carvalho e Luís Alberto Prisco Viana se destacaram na corrida pela Prefeitura, com a aparência dos dois gerando uma nova divisão: “boca preta” e “boca branca”.
“A denominação surgiu de forma espontânea quando um garimpeiro observou o bigode branco de Rômulo e o bigode preto de Luís. Ele então os apelidou de ‘boca preta’ e ‘boca branca’, em tom de brincadeira”, conta o historiador Martins.
Essa divisão rapidamente tomou conta da cidade, criando uma rivalidade política em torno dos apelidos.
Com o tempo, os “boca preta” e “boca branca” se tornaram as facções principais em Campo Formoso.
A importância dos apelidos é tão grande que, em eventos políticos, os apoiadores são rigorosamente instruídos a adotar o visual correspondente ao seu grupo. Antes de um comício de Prisco Viana, por exemplo, os homens foram avisados para aparecerem com bigodes pintados de preto, enquanto os apoiadores de Rômulo, com bigodes brancos, eram incentivados a manter seu estilo natural.
Atualmente, a disputa política segue fiel à tradição dos apelidos. O grupo “boca branca”, liderado por Elmo Nascimento, irmão do deputado federal Elmar Nascimento, está em busca de reeleição pelo partido União Brasil.
Seu principal adversário é Denise Menezes, esposa do deputado estadual Adolfo Menezes e representante do grupo “boca preta”.
E, segundo o historiador José Carlos Martins, parece que essa tradição de apelidos continuará a moldar a política local por muitos anos.
“Para muitos, a política em Campo Formoso não é uma questão de esquerda ou direita, mas de ser ‘boca preta’ ou ‘boca branca’”, projeta Martins.
Fonte adaptada de Fernanda Santana, Correio da Bahia
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