Pela primeira vez desde a crise econômica de 2015, a classe média voltou a compor a maior parte dos domicílios brasileiros, atingindo 50,1% do total.

O estudo, elaborado com base em projeções de renda para 2024, mostra que a recuperação da classe média ocorreu devido a fatores como a retomada econômica e políticas de transferência de renda.

O que define a classe média no Brasil?

De acordo com o levantamento, famílias com renda mensal acima de R$ 3.400 são consideradas de classe média (abrangendo as classes A, B e C).

Esses valores já foram ajustados para a inflação, utilizando o IPCA como referência.

Evolução das classes sociais no Brasil

A análise mostra que, entre 2010 e 2024, a participação das classes D/E — com renda de até R$ 3.400 — caiu de 52,7% para 49,9%.

Já a classe C, que representa a maior fatia da classe média, passou de 29,9% em 2010 para 31% em 2024.

O destaque vai para as classes B e A, que, juntas, aumentaram de 17,3% para 19,1% no mesmo período, refletindo um crescimento da parcela com maior poder aquisitivo.

Fatores que impulsionaram o crescimento

O estudo atribui essa mudança a fatores como:

• Menor nível de desemprego desde 2015;
• Adoção de programas sociais, como o Bolsa Família reformulado;
• Valorização do salário mínimo, que impacta especialmente as classes de menor renda.

Comparação internacional: ainda longe dos vizinhos

Apesar do crescimento interno, a renda média brasileira, quando convertida para dólares (US$ 556), ainda está bem abaixo da classe média de países vizinhos, como Argentina (US$ 1.039) e Chile (US$ 1.154), segundo dados recentes.