Dados da PRF: 11,3 mil armas de fogo apreendidas em seis anos em rodovias, apreensões de fuzis quadruplicaram desde 2019
Dados da PRF: 11,3 mil armas de fogo apreendidas em seis anos em rodovias, apreensões de fuzis quadruplicaram desde 2019
A análise dos dados revela, ainda, que as apreensões de fuzis quadruplicaram no período de cinco anos e meio.
Por Fiquem sabendo
Um estudo com dados exclusivos obtidos pela Fiquem Sabendo (FS) junto à Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontam cidades do Rio de Janeiro e Rondônia como líderes no ranking de municípios com maiores apreensões de armas entre 2019 e 2024. Entre os estados, Rio Grande do Sul e Paraná, no Sul, ocupam as primeiras posições.
No período, 12.898 armas foram retiradas de circulação pela PRF em rodovias federais. Dessas, 11.370 eram armas de fogo – as demais, armas brancas, como facas e punhais.
A planilha fornecida pela PRF inclui dados de apreensões com detalhes sobre a data do registro, município, número de detidos, além do tipo e quantidade de armas apreendidas entre janeiro de 2019 e 31 de julho de 2024.
Com base nesses dados, foi possível identificar as cidades com maior volume de ocorrências no período. Entre as 10 primeiras, destacam-se quatro municípios do Sudeste e três do Norte.
- Rio de Janeiro – RJ (223 armas de fogo apreendidas)
- Porto Velho – RO (218)
- Santa Terezinha de Itaipu – PR (194)
- Seropédica – RJ (154)
- Boa Vista – RR (135)
- Brasília – DF (123)
- Vilhena – RO (119)
- Duque de Caxias – RJ (117)
- Vitória da Conquista – BA (104)
- Lavrinhas – SP (103)
Fora a capital fluminense, os outros dois municípios no RJ fazem parte da Baixada Fluminense, região conhecida pela forte presença de grupos milicianos.
Chama a atenção a presença significativa de municípios do Norte entre os com maior número de apreensões em estradas federais. Porto Velho vem sendo alvo de operações policiais e ambientais contra o garimpo – recentemente, a PRF apreendeu ouro transportado ilegalmente em um táxi. Em Roraima, o garimpo também é um grave problema enfrentado pelo governo federal na Terra Indígena Yanomami.
Já Vilhena, também em Rondônia, está localizada quase na fronteira com o Mato Grosso e é cortada pela BR-364 (que vai de São Paulo ao Acre) e pela BR-174, que interliga MT, RO, AM, RR, chegando à Venezuela.
Especialistas em segurança pública e autoridades policiais têm alertado para a expansão do crime organizado no interior do Brasil nos últimos anos, com a criação de novas rotas para o tráfico de armas e drogas.
Ao ampliar a lista para 20 cidades com maior quantidade de armas apreendidas, temos: Céu Azul – PR (100), Ji-Paraná – RO (95), Itaguaí – RJ (85), Ariquemes – RO (82), Mossoró – RN (81), São Miguel do Iguaçu – PR (78), Rio Branco – AC (77), Uruaçu – GO (74), Manaus – AM (73) e Guarapuava – PR (72).
Em outras palavras, a região Norte ocupa a liderança, com sete das 20 cidades com maior número de apreensões, seguida pelo Sudeste.
Analisando os estados, além dos já mencionados Rio Grande do Sul (1.024) e Paraná (952) – reconhecidos como rotas internacionais de tráfico de armas para o Brasil devido às fronteiras com Paraguai, Argentina e Uruguai – destacam-se também os estados do Rio de Janeiro (945), Bahia (824), Rondônia (614) e Pará (544). Veja no mapa abaixo as apreensões em todo o Brasil.
Ritmo das apreensões
Entre 2019 e 2024 (o último mês com dados disponíveis é julho), o total de apreensões de todas as armas apresentou oscilações, mas registrou uma queda de 17,5% em 2024 comparado ao primeiro ano desta série histórica, que abrange os mandatos de Jair Bolsonaro e Lula.
Neste ano, a média está em 129,1 mil apreensões realizadas pela PRF por mês – uma arma a cada cinco horas.
Apreensões de fuzis
O RJ lidera a lista de apreensões de fuzis no período. Das 450 armas desse tipo retiradas das ruas pela PRF, 146 (32,4%) foram localizadas em veículos que trafegavam por trechos fluminenses de rodovias federais – apenas a cidade do Rio de Janeiro responde por 10% das apreensões nacionais de fuzis, com 45 armas no período.
Em segundo lugar está o estado de São Paulo, com 62 fuzis apreendidos (31,7%), o que destaca o poder bélico de grupos criminosos organizados no Sudeste.
Qual a arma?
Além dos fuzis, a FS ainda analisou o perfil geral das armas apreendidas – a base permite também cruzamentos mais específicos, como o tipo de armas apreendidas por município ou por data específica do ano.
Das 11,3 mil armas recuperadas de criminosos, mais de 70% são armas curtas, como pistolas, revólveres e garruchas – armas de um único tiro por cano por carregamento.
Apesar disso, a Polícia Rodoviária Federal também registrou apreensões de armas longas, como os já mencionados fuzis e espingardas, além de armamentos de grosso calibre e alto poder de letalidade, como escopetas, metralhadoras e submetralhadoras, conforme indica o gráfico a seguir.
Dica para análise
A planilha enviada pela PRF também permite verificar o número de detidos por tipo de arma. No entanto, é necessário ter um cuidado adicional nesse quesito.
Como a base de dados está estruturada por tipo de arma apreendida, não é possível contabilizar de forma geral todos os modelos, chegando a um total geral, uma vez que um mesmo suspeito pode aparecer em apreensões de diferentes tipos de armas em um mesmo episódio.
Por exemplo, se um preso estiver em posse de uma pistola e um revólver durante a mesma ocorrência policial, ele será contabilizado duas vezes (como detido na apreensão de uma pistola e de um revólver).
Crédito: Fiquem Sabendo, organização sem fins lucrativos especializada em transparência publica
Um estudo com dados exclusivos obtidos pela Fiquem Sabendo (FS) junto à Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontam cidades do Rio de Janeiro e Rondônia como líderes no ranking de municípios com maiores apreensões de armas entre 2019 e 2024. Entre os estados, Rio Grande do Sul e Paraná, no Sul, ocupam as primeiras posições.
No período, 12.898 armas foram retiradas de circulação pela PRF em rodovias federais. Dessas, 11.370 eram armas de fogo – as demais, armas brancas, como facas e punhais.
A planilha fornecida pela PRF inclui dados de apreensões com detalhes sobre a data do registro, município, número de detidos, além do tipo e quantidade de armas apreendidas entre janeiro de 2019 e 31 de julho de 2024.
Com base nesses dados, foi possível identificar as cidades com maior volume de ocorrências no período. Entre as 10 primeiras, destacam-se quatro municípios do Sudeste e três do Norte.
- Rio de Janeiro – RJ (223 armas de fogo apreendidas)
- Porto Velho – RO (218)
- Santa Terezinha de Itaipu – PR (194)
- Seropédica – RJ (154)
- Boa Vista – RR (135)
- Brasília – DF (123)
- Vilhena – RO (119)
- Duque de Caxias – RJ (117)
- Vitória da Conquista – BA (104)
- Lavrinhas – SP (103)
Fora a capital fluminense, os outros dois municípios no RJ fazem parte da Baixada Fluminense, região conhecida pela forte presença de grupos milicianos.
Chama a atenção a presença significativa de municípios do Norte entre os com maior número de apreensões em estradas federais. Porto Velho vem sendo alvo de operações policiais e ambientais contra o garimpo – recentemente, a PRF apreendeu ouro transportado ilegalmente em um táxi. Em Roraima, o garimpo também é um grave problema enfrentado pelo governo federal na Terra Indígena Yanomami.
Já Vilhena, também em Rondônia, está localizada quase na fronteira com o Mato Grosso e é cortada pela BR-364 (que vai de São Paulo ao Acre) e pela BR-174, que interliga MT, RO, AM, RR, chegando à Venezuela.
Especialistas em segurança pública e autoridades policiais têm alertado para a expansão do crime organizado no interior do Brasil nos últimos anos, com a criação de novas rotas para o tráfico de armas e drogas.
Ao ampliar a lista para 20 cidades com maior quantidade de armas apreendidas, temos: Céu Azul – PR (100), Ji-Paraná – RO (95), Itaguaí – RJ (85), Ariquemes – RO (82), Mossoró – RN (81), São Miguel do Iguaçu – PR (78), Rio Branco – AC (77), Uruaçu – GO (74), Manaus – AM (73) e Guarapuava – PR (72).
Em outras palavras, a região Norte ocupa a liderança, com sete das 20 cidades com maior número de apreensões, seguida pelo Sudeste.
Analisando os estados, além dos já mencionados Rio Grande do Sul (1.024) e Paraná (952) – reconhecidos como rotas internacionais de tráfico de armas para o Brasil devido às fronteiras com Paraguai, Argentina e Uruguai – destacam-se também os estados do Rio de Janeiro (945), Bahia (824), Rondônia (614) e Pará (544). Veja no mapa abaixo as apreensões em todo o Brasil.
Ritmo das apreensões
Entre 2019 e 2024 (o último mês com dados disponíveis é julho), o total de apreensões de todas as armas apresentou oscilações, mas registrou uma queda de 17,5% em 2024 comparado ao primeiro ano desta série histórica, que abrange os mandatos de Jair Bolsonaro e Lula.
Neste ano, a média está em 129,1 mil apreensões realizadas pela PRF por mês – uma arma a cada cinco horas.
Apreensões de fuzis
O RJ lidera a lista de apreensões de fuzis no período. Das 450 armas desse tipo retiradas das ruas pela PRF, 146 (32,4%) foram localizadas em veículos que trafegavam por trechos fluminenses de rodovias federais – apenas a cidade do Rio de Janeiro responde por 10% das apreensões nacionais de fuzis, com 45 armas no período.
Em segundo lugar está o estado de São Paulo, com 62 fuzis apreendidos (31,7%), o que destaca o poder bélico de grupos criminosos organizados no Sudeste.
Qual a arma?
Além dos fuzis, a FS ainda analisou o perfil geral das armas apreendidas – a base permite também cruzamentos mais específicos, como o tipo de armas apreendidas por município ou por data específica do ano.
Das 11,3 mil armas recuperadas de criminosos, mais de 70% são armas curtas, como pistolas, revólveres e garruchas – armas de um único tiro por cano por carregamento.
Apesar disso, a Polícia Rodoviária Federal também registrou apreensões de armas longas, como os já mencionados fuzis e espingardas, além de armamentos de grosso calibre e alto poder de letalidade, como escopetas, metralhadoras e submetralhadoras, conforme indica o gráfico a seguir.
Dica para análise
A planilha enviada pela PRF também permite verificar o número de detidos por tipo de arma. No entanto, é necessário ter um cuidado adicional nesse quesito.
Como a base de dados está estruturada por tipo de arma apreendida, não é possível contabilizar de forma geral todos os modelos, chegando a um total geral, uma vez que um mesmo suspeito pode aparecer em apreensões de diferentes tipos de armas em um mesmo episódio.
Por exemplo, se um preso estiver em posse de uma pistola e um revólver durante a mesma ocorrência policial, ele será contabilizado duas vezes (como detido na apreensão de uma pistola e de um revólver).
Crédito: Fiquem Sabendo, organização sem fins lucrativos especializada em transparência publica
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