Desemprego cai para 5,8% e Brasil registra recordes de ocupação e renda, aponta IBGE

PNAD Contínua revela melhora expressiva no mercado de trabalho brasileiro no segundo trimestre de 2025.
© Imagem / Divulgação / Acervo do Portal

O Brasil alcançou em junho de 2025 a menor taxa de desocupação desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), iniciada em 2012.

Segundo o IBGE, a taxa de desemprego ficou em 5,8% no trimestre encerrado em junho, representando uma queda de 1,2 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (7,0%) e de 1,1 ponto na comparação com o mesmo período de 2024 (6,9%).

A população desocupada recuou para 6,3 milhões de pessoas, uma queda de 17,4% no trimestre e 15,4% no ano.

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Já a população ocupada atingiu o recorde de 102,3 milhões de pessoas, um aumento de 1,8% no trimestre e 2,4% na comparação anual.

O nível da ocupação – que representa o percentual de pessoas ocupadas em relação à população em idade de trabalhar – também bateu recorde, alcançando 58,8%.

Isso significa que mais brasileiros estão inseridos no mercado de trabalho formal ou informal.

Renda e formalização também batem recordes

O rendimento médio habitual de todos os trabalhos chegou a R$ 3.477, o maior da série histórica, com crescimento de 1,1% no trimestre e de 3,3% no ano.

A massa de rendimento real também foi recorde: R$ 351,2 bilhões, 2,9% a mais no trimestre e 5,9% no ano.

A formalização também avançou: o número de empregados com carteira assinada no setor privado chegou a 39 milhões – o maior já registrado –, com crescimento de 0,9% no trimestre e 3,7% em relação a 2024.

O setor público também alcançou recorde, com 12,8 milhões de trabalhadores, e o número de trabalhadores por conta própria bateu os 25,8 milhões, ambos com aumentos consistentes nas duas comparações.

Subutilização e desalento em queda

A taxa composta de subutilização da força de trabalho caiu para 14,4%, a menor da série, enquanto o número de pessoas subutilizadas recuou para 16,5 milhões.

Já o número de brasileiros desalentados – aqueles que desistiram de procurar trabalho – caiu para 2,8 milhões, o menor patamar dos últimos anos.

IBGE atualiza base com dados do Censo 2022

Esta edição da PNAD Contínua já reflete a reponderação estatística com base nos dados populacionais atualizados do Censo Demográfico 2022. Isso significa que os dados de 2025 estão mais ajustados à realidade demográfica do país.

A pesquisa mostra sinais consistentes de recuperação econômica, com avanços na ocupação, formalização e aumento da renda, mesmo diante de um cenário macroeconômico ainda desafiador.

Emprego formal cresce no Brasil, mas desigualdade regional persiste no Piemonte Norte do Itapicuru

Melhora nos indicadores nacionais pode favorecer municípios com setores dinâmicos como Jaguarari, Campo Formoso e Ponto Novo; desafios seguem em áreas menos industrializadas.

Embora os dados nacionais revelem um cenário positivo com recordes de ocupação e rendimento médio, os reflexos no território do Piemonte Norte do Itapicuru são desiguais.

Na região — composta por municípios como Jaguarari, Andorinha, Campo Formoso, Ponto Novo, Antônio Gonçalves, Caldeirão Grande e Senhor do Bonfim — a ampliação do emprego formal, o leve crescimento da renda e a redução da informalidade dependem diretamente do dinamismo econômico local.

Mineração e irrigação impulsionam alguns municípios

Jaguarari e Campo Formoso, com forte presença do setor mineral, lideram em geração de empregos formais e médias salariais mais elevadas, refletindo o impacto direto de setores com maior capacidade de investimento.

Já Ponto Novo, impulsionado pela agricultura irrigada, registra crescimento no número de trabalhadores formais, embora ainda enfrente dificuldades para diversificar sua economia e elevar os rendimentos à média nacional.

Andorinha se destaca pela diversificação na agricultura e pecuária, mas carece de políticas que atraiam indústrias e aumentem a oferta de empregos qualificados.

Senhor do Bonfim, centro regional e maior município do território, vem buscando ampliar a oferta de serviços e oportunidades, mas ainda enfrenta desafios para diversificar sua base produtiva.

Desafios persistem em municípios menos dinâmicos

Por outro lado, localidades como Antônio Gonçalves e Caldeirão Grande apresentam baixo dinamismo econômico, forte dependência do setor público e uma agricultura ainda de subsistência, fatores que limitam a criação de empregos formais e o aumento da renda.

Mesmo com os recordes nacionais em ocupação (102,3 milhões de brasileiros trabalhando) e rendimento médio (R$ 3.477), a realidade no interior baiano ainda exige atenção.

A concentração de investimentos, a infraestrutura limitada e a baixa qualificação profissional dificultam que os avanços nacionais se reflitam com intensidade nos municípios menos estruturados do Piemonte Norte do Itapicuru.

Avanço desigual exige políticas públicas direcionadas

O crescimento do emprego formal e da renda tende a beneficiar de forma mais significativa os municípios com maior capacidade de atrair investimentos e diversificar sua economia.

Para os demais, os ganhos ainda são tímidos, e a luta contra a desigualdade regional e a informalidade permanece como um dos principais desafios do desenvolvimento local.

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O Piemonte Norte do Itapicuru

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