‘Guerra de Espadas’ segue proibida em Senhor do Bonfim, reforçam autoridades

Polícia Civil, Polícia Militar e ACESB alertam sobre os riscos e a ilegalidade da prática em 23 de junho.
© Imagem / Divulgação / Acervo do Portal / Imagem gerada por IA

A prática da Guerra de Espadas está proibida em Senhor do Bonfim, conforme determina a Lei Federal nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento), que criminaliza a fabricação, comercialização e uso de artefatos incendiários.

Mesmo assim, com a chegada do 23 de junho, data em que tradicionalmente a manifestação ocorria, autoridades reforçam os alertas para evitar conflitos e riscos à segurança.

A Polícia Civil da Bahia divulgou campanha nas redes sociais com a mensagem: “23 de junho não é dia de guerra”. O objetivo é alertar a população sobre os perigos da prática e reforçar que a tranquilidade no São João depende do respeito às leis.

A Polícia Militar, por meio do 6º Batalhão, também se manifestou por meio de nota pública. A corporação afirmou que respeita as manifestações culturais, mas reitera seu compromisso com a legalidade.

O comando destacou que mantém diálogo com a Associação Cultural dos Espadeiros de Senhor do Bonfim (ACESB) e vem apoiando o processo de regulamentação da prática para o futuro, desde que em local apropriado e com segurança.

A ACESB, por sua vez, lançou uma campanha educativa orientando espadeiros a não irem às ruas neste dia, especialmente nas ruas Costa Pinto e Júlio Silva, que terão reforço policial. A entidade pediu respeito aos moradores dessas áreas, muitos dos quais são idosos ou pessoas com saúde frágil.

A associação defende que a tradição cultural pode ser preservada de forma segura e legal. Com o lema “Tradição não é crime, mas precisa ser regulamentada”, a ACESB reafirma seu compromisso com uma cultura viva, mas dentro dos limites legais.

Entre tradição e polêmica

Durante o período junino, a Guerra de Espadas desperta sentimentos intensos em diversas regiões da Bahia, incluindo o Piemonte Norte do Itapicuru.

A prática consiste na queima de artefatos explosivos artesanais que soltam faíscas, manuseados por espadeiros em vias públicas, criando um espetáculo visual que mistura emoção, coragem e técnica.

Em Senhor do Bonfim, a imagem é marcante: sob os céus decorados por bandeirolas, espadeiros desfilavam entre chamas e faíscas, em um ritual que, para muitos, é parte do patrimônio imaterial nordestino.

No entanto, a falta de regulamentação e os riscos à integridade física transformaram essa manifestação em uma prática proibida.

Apesar da proibição, grupos organizados continuam defendendo o reconhecimento cultural da tradição e sua regulamentação. Argumentam que, com normas claras e segurança, seria possível preservar esse símbolo das festas juninas de forma segura e respeitosa.

Mais do que pólvora e faíscas, a Guerra de Espadas é uma expressão profunda de identidade regional.

Mas para continuar existindo, precisa encontrar equilíbrio entre cultura e segurança.

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