Ansiedade causada por preocupação intensa é constante nas empresas
Ansiedade causada por preocupação intensa é constante nas empresas
De acordo com um estudo da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), 52% dos trabalhadores brasileiros sofrem no ambiente de trabalho.
Por Bartira Betini
Falta de espaço para expressão, estresse, ansiedade e carga excessiva de tarefas.
Essas têm sido algumas das características mais comuns de insegurança psicológica relatadas por profissionais de diferentes áreas no Brasil. Segundo uma pesquisa do ADP Research Institute, 67% dos trabalhadores brasileiros relatam que sua atividade é a principal fonte de estresse em suas vidas.
A ansiedade, caracterizada por preocupação intensa e persistente, é uma condição constante nas corporações. De acordo com um estudo da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), 52% dos trabalhadores brasileiros sofrem de ansiedade no ambiente de trabalho. Além disso, 47% falam sobre cansaço frequente, enquanto 22% e 21% mencionam desânimo e frustração como seus principais sentimentos. A falta de empatia nas organizações é considerada um problema significativo por 89% dos colaboradores.
Muitos desses desafios estão relacionados a necessidades não atendidas. Por sua vez, quando essas demandas são supridas, surgem sentimentos de despreocupação, segurança, calma e realização, segundo a pesquisa.
Diante disso, o investimento em segurança psicológica e saúde mental tem se mostrado uma urgência no mundo corporativo, especialmente na área de Recursos Humanos, uma vez que pode trazer impactos na produtividade e satisfação no trabalho. Para a diretora de Recursos Humanos (RH) da Embracon, Brenda Donato, investir na segurança psicológica é pensar na longevidade de uma empresa.
“Quanto mais tornarmos clara essa cultura, da maneira como as pessoas entregam os resultados do time, mais ambientes saudáveis a gente vai ter e maior será a relação de sustentabilidade do negócio”, comenta.
Ela observa que, embora muitas corporações apresentem bons resultados, os funcionários frequentemente terminam o dia exaustos e adoecidos.
“A saúde mental se tornou uma questão central nas empresas. Isso não implica que os resultados não estão sendo alcançados, mas, sim, que estão sacrificando a saúde de muitas pessoas. Esse é um ponto crucial que deve ser abordado nas organizações”, enfatiza.
Líderes como parte da equipe
A pesquisa da Aberje revela, ainda, que os colaboradores frequentemente se sentem mais conectados aos colegas próximos do que à liderança da empresa. Essa realidade deve ser um ponto de atenção, incluindo o papel e as dificuldades enfrentadas também pelo líder, destaca Brenda.
“Hoje, com o conceito de segurança psicológica, entendemos que o líder faz parte do time. Isso reduz a expectativa de que o líder deve ter todas as respostas e saber de tudo”, explica.
“Líderes também enfrentam desafios, crises e pressão. Se os colaboradores fornecerem feedbacks adequados, a relação se fortalecerá e haverá mais abertura”, completa.
Nesse contexto, o departamento de RH desempenha um papel crucial ao analisar as relações interpessoais. A segurança psicológica, quando aplicada de maneira eficaz, não se traduz em criar um ambiente sempre confortável. Em vez disso, envolve reconhecer que o verdadeiro progresso e as mudanças sustentáveis surgem do enfrentamento de desafios.
“Eu diria que hoje precisamos de RH corajoso para discutir temas importantes e difíceis, facilitando esses caminhos de discussão, e que entendam que segurança psicológica não é sobre um ‘lugar quentinho’, mas que é do desconforto que geramos mudanças efetivas”, afirma.
Desafio de inovação
Para exemplificar como grandes oportunidades surgem dos desafios, Brenda destaca um caso da sua própria equipe. O desafio era criar um time dedicado a promover a cultura de inovação na empresa. Em vez de apenas implementar áreas e processos superficiais, o objetivo era construir uma estrutura estratégica de longo prazo para realmente fomentar essa visão.
“Ao explorar o assunto, descobrimos variáveis que nos ajudaram a formular hipóteses sobre a falta de envolvimento e engajamento dos funcionários na criação de inovações e automação. Percebemos que esses esforços estavam centralizados nas áreas de tecnologia e processos, sem uma disseminação eficaz pela organização. Esse insight nos levou a investigar questões relacionadas ao incentivo da liderança e ao comportamento das equipes, e foi assim que chegamos ao conceito de segurança psicológica”, explica.
Como resultado, foi realizado um diagnóstico com o time mais sênior do RH. Brenda observa que o feedback revelou uma realidade negativa já existente na corporação. “Isso fez com que o time experimentasse diretamente o trabalho de segurança psicológica e aprendesse como engajar a equipe”, destaca. Esse processo trouxe desafios e aprendizados valiosos, levando o caso, inclusive, à 2ª edição do Summit Internacional de Segurança Psicológica, organizado pelo Instituto Internacional de Segurança Psicológica (IISP), que aconteceu neste mês de outubro.
Brenda conclui destacando a importância de ter um ambiente adequado para a implementação de novos conceitos.
“Sem um preparo adequado, há o risco de o conceito não ser compreendido corretamente, e pode acabar sendo percebido mais como uma ameaça do que como uma ferramenta eficaz para impulsionar a inovação”, finaliza.
Sobre Brenda Donato
Diretora de Recursos Humanos na Embracon Administradora de Consórcio Ltda. Responsável pelo núcleo de inovação e de pessoas e reporte diretamente ao conselho de administração. Além de psicóloga, é membro do Comitê de Ética da empresa, responsável pelo movimento de implementação e estruturação de ESG.
Sobre o Instituto Internacional em Segurança Psicológica
O Instituto Internacional em Segurança Psicológica (IISP) é uma organização lançada com o propósito de apoiar empresas corajosas a liderar a transformação do jeito de fazer negócios, preparando a liderança para uma gestão mais consciente e humana, por meio da Segurança Psicológica.
Precursora deste conceito aqui no País, a psicóloga organizacional Patrícia Ansarah – com mais de 20 anos atuando em RH e como executiva de grandes empresas – criou o instituto para endossar o pioneirismo e dar visibilidade ao tema no Brasil e levar soluções integradas por meio da segurança psicológica para o desenvolvimento de times e organizações.
Falta de espaço para expressão, estresse, ansiedade e carga excessiva de tarefas.
Essas têm sido algumas das características mais comuns de insegurança psicológica relatadas por profissionais de diferentes áreas no Brasil. Segundo uma pesquisa do ADP Research Institute, 67% dos trabalhadores brasileiros relatam que sua atividade é a principal fonte de estresse em suas vidas.
A ansiedade, caracterizada por preocupação intensa e persistente, é uma condição constante nas corporações. De acordo com um estudo da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), 52% dos trabalhadores brasileiros sofrem de ansiedade no ambiente de trabalho. Além disso, 47% falam sobre cansaço frequente, enquanto 22% e 21% mencionam desânimo e frustração como seus principais sentimentos. A falta de empatia nas organizações é considerada um problema significativo por 89% dos colaboradores.
Muitos desses desafios estão relacionados a necessidades não atendidas. Por sua vez, quando essas demandas são supridas, surgem sentimentos de despreocupação, segurança, calma e realização, segundo a pesquisa.
Diante disso, o investimento em segurança psicológica e saúde mental tem se mostrado uma urgência no mundo corporativo, especialmente na área de Recursos Humanos, uma vez que pode trazer impactos na produtividade e satisfação no trabalho. Para a diretora de Recursos Humanos (RH) da Embracon, Brenda Donato, investir na segurança psicológica é pensar na longevidade de uma empresa.
“Quanto mais tornarmos clara essa cultura, da maneira como as pessoas entregam os resultados do time, mais ambientes saudáveis a gente vai ter e maior será a relação de sustentabilidade do negócio”, comenta.
Ela observa que, embora muitas corporações apresentem bons resultados, os funcionários frequentemente terminam o dia exaustos e adoecidos.
“A saúde mental se tornou uma questão central nas empresas. Isso não implica que os resultados não estão sendo alcançados, mas, sim, que estão sacrificando a saúde de muitas pessoas. Esse é um ponto crucial que deve ser abordado nas organizações”, enfatiza.
Líderes como parte da equipe
A pesquisa da Aberje revela, ainda, que os colaboradores frequentemente se sentem mais conectados aos colegas próximos do que à liderança da empresa. Essa realidade deve ser um ponto de atenção, incluindo o papel e as dificuldades enfrentadas também pelo líder, destaca Brenda.
“Hoje, com o conceito de segurança psicológica, entendemos que o líder faz parte do time. Isso reduz a expectativa de que o líder deve ter todas as respostas e saber de tudo”, explica.
“Líderes também enfrentam desafios, crises e pressão. Se os colaboradores fornecerem feedbacks adequados, a relação se fortalecerá e haverá mais abertura”, completa.
Nesse contexto, o departamento de RH desempenha um papel crucial ao analisar as relações interpessoais. A segurança psicológica, quando aplicada de maneira eficaz, não se traduz em criar um ambiente sempre confortável. Em vez disso, envolve reconhecer que o verdadeiro progresso e as mudanças sustentáveis surgem do enfrentamento de desafios.
“Eu diria que hoje precisamos de RH corajoso para discutir temas importantes e difíceis, facilitando esses caminhos de discussão, e que entendam que segurança psicológica não é sobre um ‘lugar quentinho’, mas que é do desconforto que geramos mudanças efetivas”, afirma.
Desafio de inovação
Para exemplificar como grandes oportunidades surgem dos desafios, Brenda destaca um caso da sua própria equipe. O desafio era criar um time dedicado a promover a cultura de inovação na empresa. Em vez de apenas implementar áreas e processos superficiais, o objetivo era construir uma estrutura estratégica de longo prazo para realmente fomentar essa visão.
“Ao explorar o assunto, descobrimos variáveis que nos ajudaram a formular hipóteses sobre a falta de envolvimento e engajamento dos funcionários na criação de inovações e automação. Percebemos que esses esforços estavam centralizados nas áreas de tecnologia e processos, sem uma disseminação eficaz pela organização. Esse insight nos levou a investigar questões relacionadas ao incentivo da liderança e ao comportamento das equipes, e foi assim que chegamos ao conceito de segurança psicológica”, explica.
Como resultado, foi realizado um diagnóstico com o time mais sênior do RH. Brenda observa que o feedback revelou uma realidade negativa já existente na corporação. “Isso fez com que o time experimentasse diretamente o trabalho de segurança psicológica e aprendesse como engajar a equipe”, destaca. Esse processo trouxe desafios e aprendizados valiosos, levando o caso, inclusive, à 2ª edição do Summit Internacional de Segurança Psicológica, organizado pelo Instituto Internacional de Segurança Psicológica (IISP), que aconteceu neste mês de outubro.
Brenda conclui destacando a importância de ter um ambiente adequado para a implementação de novos conceitos.
“Sem um preparo adequado, há o risco de o conceito não ser compreendido corretamente, e pode acabar sendo percebido mais como uma ameaça do que como uma ferramenta eficaz para impulsionar a inovação”, finaliza.
Sobre Brenda Donato
Diretora de Recursos Humanos na Embracon Administradora de Consórcio Ltda. Responsável pelo núcleo de inovação e de pessoas e reporte diretamente ao conselho de administração. Além de psicóloga, é membro do Comitê de Ética da empresa, responsável pelo movimento de implementação e estruturação de ESG.
Sobre o Instituto Internacional em Segurança Psicológica
O Instituto Internacional em Segurança Psicológica (IISP) é uma organização lançada com o propósito de apoiar empresas corajosas a liderar a transformação do jeito de fazer negócios, preparando a liderança para uma gestão mais consciente e humana, por meio da Segurança Psicológica.
Precursora deste conceito aqui no País, a psicóloga organizacional Patrícia Ansarah – com mais de 20 anos atuando em RH e como executiva de grandes empresas – criou o instituto para endossar o pioneirismo e dar visibilidade ao tema no Brasil e levar soluções integradas por meio da segurança psicológica para o desenvolvimento de times e organizações.
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