A Associação Cultural dos Espadeiros de Senhor do Bonfim (ACESB) divulgou nesta terça-feira (25) uma carta aberta ao Governo da Bahia.
No documento, a entidade expressa preocupação com a operação de segurança realizada no último dia 23 de junho, durante o São João da cidade, e defende a regulamentação da Guerra de Espadas como manifestação cultural legítima.
Segundo a ACESB, embora a ação policial tenha evitado a soltura de espadas sem o uso de força excessiva, a presença de um grande contingente de viaturas e agentes foi considerada desproporcional.
A associação aponta que a repressão compromete o respeito à tradição centenária e pesa sobre os cofres públicos.
A carta destaca que quatro jovens foram presos neste ano em decorrência da legislação que ainda trata a espada como artefato explosivo.
A entidade argumenta que a espada é, na verdade, um tipo de fogo de artifício e que sua criminalização não condiz com a realidade cultural da cidade.
A ACESB ressalta que tem buscado soluções legais e seguras para a prática, mantendo diálogo com o Ministério Público, as forças de segurança, a Prefeitura e a Câmara Municipal.
O texto também informa que a associação firmou um Termo de Cooperação Técnica com fabricantes de fogos de artifício e foi reconhecida como entidade de utilidade pública nas esferas municipal e estadual.
O objetivo, segundo a carta, é implementar um projeto-piloto que estabeleça locais apropriados e critérios técnicos para garantir segurança, respeito ao patrimônio público e valorização da cultura local.
A associação pede apoio do Governo do Estado, incluindo as secretarias de Segurança Pública, Justiça e Cultura.
O presidente da ACESB, Alexsandro Barbosa, encerra o texto afirmando que a entidade busca preservar a cultura com responsabilidade:
“Não buscamos confronto, buscamos resgatar a dignidade de um povo e o direito de celebrar sua cultura com respeito, responsabilidade e paz.”