BAHIA – Um levantamento divulgado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) acendeu o alerta sobre a destinação de recursos públicos em cidades com alto nível de endividamento. Segundo os dados, diversas prefeituras baianas acumulam dívidas expressivas enquanto promovem festas juninas com grandes estruturas e atrações de renome, como Cacau com Leite, Psirico, Manu Bahtidão e Paula Fernandes.
Entre os municípios listados, destaca-se Juazeiro, com o maior saldo devedor: R$ 133 milhões.
Em seguida aparecem Porto Seguro, com mais de R$ 77 milhões, e Caravelas, com R$ 5,4 milhões em dívidas. Mesmo com esse cenário fiscal preocupante, todas essas cidades estão entre as que organizaram festividades juninas de grande porte neste ano.
Veja o saldo devedor atualizado dos municípios citados:
- Juazeiro – R$ 133.067.343,57
- Porto Seguro – R$ 77.173.421,08
- Caravelas – R$ 5.465.341,18
- Camaçari – R$ 4.757.782,58
- Alagoinhas – R$ 2.399.843,76
- Ilhéus – R$ 1.725.813,28
- Ibicaraí – R$ 1.410.903,02
- Senhor do Bonfim – R$ 620.477,32
- Teixeira de Freitas – R$ 253.765,82
O Ministério Público tem manifestado preocupação com esse tipo de gasto, alertando para o risco de desequilíbrio fiscal e prejuízo a áreas prioritárias como saúde, educação e infraestrutura.
Senhor do Bonfim: tradição cultural e contas públicas
No caso de Senhor do Bonfim, o município aparece com uma dívida inferior às demais — R$ 620 mil — mas ainda assim enfrenta o dilema de conciliar tradição cultural e responsabilidade fiscal.
A cidade é conhecida por realizar um dos maiores São Joões da Bahia, atrai milhares de visitantes, gerando empregos temporários e impulsionando o comércio.
Tradição x Responsabilidade Fiscal
O debate gira em torno de uma questão-chave: até que ponto o investimento em cultura pode ser considerado estratégico frente a cenários de endividamento?
Para o MP-BA, os gestores públicos devem priorizar o equilíbrio financeiro, mesmo diante da relevância cultural e econômica das festas juninas.