A Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) emitiu um alerta sobre a proposta de renovação de 30 anos da concessão da Ferrovia Centro Atlântica (FCA) pela VLI Multimodal.

Essa proposta pode levar à paralisação de trechos da ferrovia na Bahia, afetando diretamente a economia local, especialmente a indústria que depende desse modal para transporte.

“Precisamos nos posicionar sobre a proposta que está em curso e defender esse trecho estratégico para a Bahia. O que está em jogo é a interligação da Bahia pela via ferroviária com outros centros importantes, o escoamento da produção de setores importantes da nossa economia, como a mineração”, afirmou o presidente da Fieb, Carlos Henrique Passos.

A interligação ferroviária é vital para o escoamento de produtos de setores como a mineração.

A Fieb revelou que a VLI planeja devolver 2.132 km de ferrovia, dos quais 291 km estão na Bahia, impactando conexões essenciais, como o trecho Corinto-Campo Formoso. A entidade pede que a VLI garanta a manutenção desses trechos e promova investimentos públicos para assegurar sua operação.

Para garantir a continuidade e a eficiência do trecho Corinto-Campo Formoso, a Fieb destacou três pontos fundamentais na negociação com a VLI:

1. Manutenção do trecho Corinto-Campo Formoso: É crucial que este segmento não seja paralisado até que um novo operador seja encontrado.
2. Investimentos em infraestrutura: É necessário direcionar recursos da renovação e de outras ferrovias para melhorar a qualidade do trecho, aumentando sua velocidade com obras de retificação.
3. Integração com outras ferrovias: Garantir que a FIOL 1 e FIOL 2 interajam de forma eficaz com a FCA, permitindo que as cargas cheguem aos portos baianos.

A VLI planeja investir cerca de R$ 30 bilhões na renovação da concessão, com consultas públicas programadas entre 30 de setembro e 7 de outubro. No entanto, a Fieb expressa preocupação de que os investimentos não sejam suficientes para atender as necessidades da Bahia.

Com a renovação, a VLI promete destinar aproximadamente R$ 24 bilhões para infraestrutura e aquisição de novos vagões e locomotivas, mas a Fieb teme que essa verba não atenda adequadamente os trechos baianos.

A situação em Campo Formoso e nas áreas adjacentes exige atenção e mobilização, para garantir que a ferrovia continue a ser um motor de desenvolvimento econômico para a região.